Setembro Amarelo: como fazer prevenção do suicídio em condomínios?

Setembro Amarelo: como fazer prevenção do suicídio em condomínios?

20 de setembro de 2023 /

Setembro Amarelo: como fazer prevenção do suicídio em condomínios?

A prevenção do suicídio em condomínios é uma ação de responsabilidade de toda a comunidade, não apenas dos síndicos e administradores. Por meio de roda de conversas, debates sobre saúde mental, aconselhamento com psicólogos, é possível ajudar alguém com pensamentos suicidas a se recuperar.

Certamente, você já ouviu falar de alguma pessoa conhecida que está sofrendo com problemas psicológicos.

Mas, você já ouviu falar por aí de alguém que se suicidou? Provavelmente não…

Isso acontece porque o tema “suicídio” é tabu. As pessoas têm medo de falar sobre o assunto ou têm vergonha por alguém da família ter tirado a própria vida. 

Exatamente por isso, suicídio não pode ser um tabu. É um tema de saúde pública, é sobre vidas. Acontece em inúmeras famílias e casas, acontece em condomínios também.

No ano passado, por exemplo, devido a conflitos administrativos, um policial militar matou um síndico e depois se matou em um condomínio de Jundiaí, no interior de São Paulo.

Devido a casos como esse, torna-se ainda mais necessário realizar ações de prevenção do suicídio em condomínios para que as pessoas comecem a valorizar mais suas próprias vidas e procurem ajuda qualificada, como psicólogos e psiquiatras.

Quer saber mais como fazer a prevenção do suicídio em condomínios? 

Continue a leitura!

Como realizar a prevenção do suicídio em condomínios?

SINAIS E FATORES DE RISCO

Para começar, é importante identificar os sinais que levaram uma pessoa a querer se matar, afinal, nada acontece do dia para a noite. Portanto, existem alguns fatores de risco:

  • Solidão
  • Depressão
  • Agressividade
  • Impulsividade
  • Doença mental
  • Baixa autoestima
  • Isolamento social
  • Tentativa prévia de suicídio
  • Manifestação de desesperança
  • Desemprego ou problemas financeiros
  • Traumas (maus-tratos, abuso físico e sexual, divórcio ou pais divorciados, morte de algum parente) 

Qualquer tentativa ou verbalização ao suicídio são indícios de que algo está errado e essa pessoa precisa de encaminhamento médico.

CAMPANHAS DE CONSCIENTIZAÇÃO

Muita gente pode não ler, outros podem achar inútil. Mas, se um cartaz ou um comunicado chegar a alguém que pensa em se matar e ajudar essa pessoa, valeu a pena.

Campanhas de conscientização, com cartazes e comunicados com mensagens de incentivo podem, sim, ajudar alguém que está em um processo complicado.

Esses cartazes podem ser afixados nas áreas comuns, como em elevadores, ou enviados por e-mail e WhatsApp.

Nessas mensagens, é importante incluir o contato da Unidade de Pronto Atendimento e do Centro de Atenção Psicossocial mais próxima do condomínio.

Outro contato importante que os moradores precisam ter é o do CVV, o Centro de Valorização da Vida

O CVV tem voluntários treinados para atender pessoas com pensamentos suicidas ou quem simplesmente precisa conversar e desabafar. O atendimento acontece 24 horas por dia, gratuitamente, pelos seguintes canais:

É importante realizar algum tipo de prevenção do suicídio em condomínios, porque esses empreendimentos abrigam muitas famílias e pessoas diferentes que dividem o mesmo “quintal”. Sendo assim, a dor de um, pode ser a dor de outro. 

Além disso, devido cada pessoa ter uma rotina atarefada e, na maioria das vezes, não se sabe o que acontece da porta pra dentro. Por isso, alguém só precisa de um incentivo para começar a se cuidar.

ATIVIDADES ESPORTIVAS

Como bem sabemos, a prática de esportes é um dos potencializadores da saúde física e mental.

Por isso, organizar atividades esportivas, como campeonatos de futebol ou vôlei, pode ser um grande auxílio na prevenção do suicídio em condomínios para quem está se sentindo sozinho ou desanimado, principalmente adolescentes.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, o suicídio é a 4ª causa de morte mais recorrente entre jovens de 15 a 29 anos.

Nessa idade, por exemplo, muitos preferem desabafar com professores ou instrutores esportivos ao invés dos pais, e essa pode ser uma ótima oportunidade para que os adolescentes façam amigos, socializem e recebam a ajuda que precisam.

PALESTRAS

Em praticamente todo condomínio, existe um morador que é psicólogo, não é?

Que tal conversar com esse condômino e convidá-lo a realizar uma palestra ou conversa motivacional com os outros moradores?

Esse pode ser um momento de socialização e de conhecimento sobre um tema tabu na sociedade. 

O morador-psicólogo também pode repassar alguns contatos de psicólogos e psiquiatras para os condôminos que expressarem a necessidade de auxílio psicológico.

O que fazer quando acontece um suicídio no condomínio?

Essa é uma situação que tentamos prevenir, mas, infelizmente, acontece. Nesses casos, existem algumas ações a serem feitas:

  • Ligar para um órgão de emergência: 192 SAMU | 193 BOMBEIROS | 190 POLÍCIA MILITAR | 197 POLÍCIA CIVIL 
  • Com a autorização de um familiar, entrar na unidade
  • Permanecer no local até a chegada de um órgão de emergência responsável pela ocorrência
  • Isolar o local (a unidade ou área comum) e não mexer na vítima, além de impedir curiosos e facilitar o acesso dos profissionais da emergência
  • Manter a calma e prestar atendimento aos familiares
  • Enviar uma coroa de flores em nome do condomínio para o velório
  • Orientar funcionários e moradores que evitem comentários sobre o assunto em respeito a família que está de luto

O que é o setembro amarelo?

Você sabia que, todos os anos, o suicídio tira a vida de mais pessoas do que o HIV, a malária, o câncer de mama ou guerras e homicídios?

Esse dado é da Organização Mundial de Saúde (OMS), que já atestou: o suicídio é um problema de saúde pública. São mais de 700 mil pessoas que se suicidam todos os anos.

Entre os anos de 2000 e 2019, felizmente, a taxa global diminuiu 36%. No entanto, aumentou 17% nas Américas. No Brasil, o Governo estima que aconteçam 14 mil casos de suicídio por ano, sendo 38 pessoas por dia, em média.

Por isso existe o Setembro Amarelo!

Tudo começou com o caso de suicídio do jovem Mike Emme, de 17 anos, nos Estados Unidos, em 1994. 

Na época, seus familiares e amigos não conseguiram identificar os sinais que levaram Mike a se matar. Por isso, durante o funeral, seus amigos, fizeram fitas amarelas e cartões com a mensagem: “Se precisar, peça ajuda“.

Em 2003, a OMS estabeleceu setembro como o mês de prevenção do suicídio e a cor amarela foi escolhida para representar a campanha, pois Mike tinha um carro amarelo.

Hoje, fitas amarelas em formato de laço são a representação do Setembro Amarelo e da importância de pedir ajuda.

Viu só como é importante realizar ações de prevenção do suicídio em condomínios? Assim como em agosto combatemos a violência contra a mulher, em setembro lutamos pela vida!

Mas, essas causas são importantes todos os dias!

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